quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Bairro da Liberdade de Salvador




O bairro da Liberdade é o bairro mais populoso de Salvador. Teve sua origem quando na antiga Estrada das Boiadas, onde era passagem de bois que vinham do sertão para ser comercializados na antiga feira de Capuame, até que em 1823 passou por ali o exercito libertador e então foi chamado de Liberdade. O bairro representativo da cultura negra e foi considerado pelo Ministério da Cultura como território nacional de cultura afro- brasileira. Após a abolição da escravatura os negros libertos e ex-escravos povoaram o local.
    O bairro possui carnaval que começou com a batucada e afoxés, que era formado por homens que iam de casa em casa cantando fantasiados. O primeiro bloco foi A Viuvinha, posteriormente novos blocos surgiram. O bairro possui também igrejas, rádio, jornal, praças (Praça Nelson Mandela, Largo da Central, Largo do Tanque). O bairro possui um plano Inclinado como transporte local, este liga o bairro da Liberdade ao bairro da Calçada, foi inaugurado em 13 de março de 1981. Antes da existência do plano Inclinado existia uma ladeira no local chamada de “Ladeira do Inferno” com a qual as pessoas usavam para chegar a Calçada. De segunda a sexta, muitas pessoas utilizam- o como transporte. O bairro já teve um cinema (Cine Brasil) que teve momentos de glória até 1979, quando teve uma crise no cinema baiano e então foi fechado na década de 70. Após mobilização da população e apoio da rádio Comunitária Serviço de som da Liberdade e do diretor do Colégio Caxiense o espaço atualmente é usado como espaço cultural de utilidade pública.

    Este texto é útil para a visão dos profissionais de saúde que trabalhem no local e prestem assistência a estas pessoas, pois o ser humano é o que ele construiu de identidade, personalidade. E sendo a Saúde não só a ausência de doença e, portanto possui fatores determinantes como: moradia, condições sócio econômicas, com a qual pode interferir no processo saúde doença. Desta forma a pessoa deixa de ser vista como um portador de doença e passa a ser olhada como um produto do meio em que vive. Assim como poderemos atender os usuários do serviço de saúde do bairro da Liberdade sem levar em conta todo seu processo histórico e cultural. Os descendentes das pessoas que moram ali em sua maioria são ex-escravos, são negros, e, portanto possui toda uma discriminação, toda uma marginalização por parte da sociedade para com eles. Mas sim e o que isso tem a ver com saúde? Tem que esta população de negros em sua maioria teve acesso à informação tardiamente, teve acesso a saúde tardiamente, teve acesso a educação tardiamente o que influi em muitas coisas principalmente pelo fato de que informação também é saúde. Como fazer o autocuidado se é desconhecido como se faz? Como me prevenir de doenças e agravos se desconheço a prevenção? Portanto ao assistir um usuário do bairro da Liberdade vamos enxergar nele toda a sua história de vida. Fugindo do campo cultural e social e indo para o campo da saúde propriamente dito, lembremos que a raça negra possui fator de risco para a anemia falciforme e hipertensão arterial. Portanto independente de cor, raça, cultura vamos ter o olhar não só de enxergar o que as pessoas têm e sim o que elas são.

Autora: Thais Ribeiro

Já pensou? Pode ser tuberculose.


PET – saúde


O Programa de educação pelo trabalho da saúde (PET-saúde) é um programa do ministério da saúde, criado em 2010 e tem como fio condutor a integração: ensino – comunidade – serviço.
Uma das ações intersetoriais direcionadas para o fortalecimento das áreas estratégicas para o sistema único de saúde de acordo com seus princípios e necessidades, o programa tem com pressuposto a educação pelo trabalho e disponibiliza bolsas para tutores, preceptores (profissionais dos serviços) e estudantes de graduações da área de saúde. Equipe de estagiários multidisciplinar, sendo uma das estratégias de programa nacional de reorientação da formação profissional em saúde, o pró-saúde em realização no país desde 2005.
Esse PET-saúde será desenvolvido no terceiro centro de saúde da Liberdade, bairro de Salvador, com duração de um ano por professores coordenadores da faculdade de farmácia, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), preceptores de várias formações em saúde (servidores que contemplam várias especialidades), bem como estagiários estudantes de curso de graduação da UFBA dos cursos de enfermagem, nutrição, medicina, serviço social, psicologia e fonoaudiologia.
Nesse mérito o PET-Saúde Liberdade, vem contribuir com as estratégias de uma equipe multidisciplinar que tem como objetivo construir e pôr em prática os saberes de cada área de atuação, diminuindo a distância da comunidade com os profissionais de saúde.
O programa em si perpassa pela questão da necessidade de nova formação em saúde, do processo de humanização da saúde que é muito discutido pelas universidades que vislumbraram a importância de se repensar a saúde, criando disciplinas que desenvolvam e permitam construir uma consciência do papel de cada um na sociedade, ampliando a visão sobre a saúde pública de maneira que os futuros profissionais de saúde, que hoje são estudantes desenvolvam suas potencialidades, construindo e compartilhando conhecimento numa perspectiva horizontal, tornando-os atuantes e participativos no controle social.

Autora: Livia Matos

Tuberculose: fique atento aos sintomas


Programa de combate a tuberculose no terceiro centro de saúde da liberdade (referência em tratamento) em salvador.



Os pacientes que chegam ao terceiro centro de saúde da liberdade têm um atendimento diferenciado, haja vista que o mesmo atende não só os usuários do bairro, mas também pacientes adjacentes de distrito ali próximo. Geralmente os pacientes chegam encaminhados pelo hospital Otávio Mangabeira ou por demanda espontânea e/ou encaminhados de outras instituições de saúde, o hospital Otávio Mangabeira trabalha em parceria com a unidade, com o internamento de pacientes com outras e/ou também multirresistentes. A unidade realiza exames dos mesmos para confirmação do diagnóstico. O paciente é atendido pelas médicas lotadas na unidade, e encaminhados para a enfermagem para realização de exames e procedimentos pertinentes.
Assim que o paciente passa pela triagem no setor de enfermagem, seu retorno à unidade, é agendado na sua primeira consulta pelas enfermeiras e logo após são encaminhados ao setor de farmácia, o qual não faz apenas a distribuição dos medicamentos no tratamento de tuberculose, mas realiza o aconselhamento, através de orientações sobre como lidar com doença, a importância de utilizar de forma correta cada remédio e conscientizar o paciente e seu cuidador.
O índice de pacientes que abandonam o tratamento é muito pequeno, sendo que estes, que o fazem, são pacientes de situação socioeconômica desfavorecida, e/ou dependentes químicos. Dessa forma se houver abandono, a enfermagem, a assistência social e o setor de farmácia fazem a buscativa desses, dando algum suporte com distribuição de alguns tickets alimentação e cestas básicas. É importante frisar a parceria com o SEMAE, serviço de atendimento especializado que atende pacientes soropositivos, com DST, hepatites entre outros, realizando o teste para HIV solicitados por médicos da unidade aos pacientes que ali são atendidos, em virtude de haver uma relação direta com a doença.
O terceiro centro pretende aumentar sua oferta de atendimento, devido ao sucesso do programa, no qual irá atender pacientes de outros distritos dos quais a liberdade não fazia cobertura. A tuberculose é uma doença contagiosa que é transmitida pelo contado direto com o paciente, por isso a importância de se manter uma distância considerável do paciente e a utilização de máscaras durante o atendimento aos que ainda não estão negativados. Entretanto a tuberculose é estigmatizada pelo senso comum, é importante saber que a doença tem cura, se for feito o tratamento de forma correta, não é preciso evitar as pessoas com tuberculose, é preciso enxergar que elas precisam de assistência e que o tratamento é gratuito.

Autora: Lívia Matos